07/04/2020

SAUDAÇÃO AO DESEMBARGADOR FRANCISCO DJALMA, COMO MEMBRO HONORÁRIO DA ACADEMIA ACREANA DE LETRAS - AAL


ACADEMIA ACREANA DE LETRAS - AAL
Fundada em 17 de novembro de 1937
Filiada na Federação das Academias de Letras do Brasil
Entidade de Utilidade Pública pela Lei Estadual nº 117 de 19 de setembro de 1967
Registrada no Conselho Nacional do Serviço Social sob o nº 30864/30


SAUDAÇÃO AO DESEMBARGADOR FRANCISCO DJALMA, COMO MEMBRO HONORÁRIO DA ACADEMIA ACREANA DE LETRAS - AAL

Prof.ª Dr.ª Luísa Galvão Lessa Karlberg
Presidente da Academia Acreana de Letras - AAL

Nobre Sodalício, autoridades presentes ou aqui representadas, senhoras, senhores, boa noite! Excelentíssimo Desembargador Francisco Djalma, não sei se fazia parte de Vossos planos existenciais vir, um dia, a compor os quadros desta Augusta Casa, a Academia Acreana de Letras, onde se agrupam personalidades iguais a Vossa Excelência, dedicados à cultura, às letras, às artes, à justiça social, todos imbuídos no culto do idioma e da literatura como passaporte para a história e ao futuro de gerações que virão depois de nós. Dos nossos, aqui presentes, e mesmo daqueles que não puderam vir, tê-lo entre nós faz parte dos vários deveres pelos quais pautamos nossas atividades acadêmicas, como aquele dever de identificar personalidades, que pelo seu curriculum-vittae têm atestada sua dedicação às causas culturais, jurídicas, éticas, educacionais, sociais. E, como se viu pelo vosso Currículo, Vossa Excelência veste, com exuberância, o figurino havido como requisito essencial para quem venha a ter acesso a esta congregação de experimentados profissionais. Por isso o escolhemos, por isso foi o vosso nome sufragado por unanimidade e por isso hoje o recebemos solenemente no círculo seleto dos que compõem este Sodalício. Vossa Excelência, mais de que outro gestor público, mesmo não sendo vosso dever zelar pelo patrimônio histórico da AAL – sendo este um dever constitucional do poder legislativo -- nos estendeu os braços, apertou nossas mãos cansadas, ouvidos calejadas de ouvir não. Vossa Excelência fez deste espaço Cultural o nosso abrigo, a nossa Casa. Assim sendo, seja bem-vindo e sinta-se em casa.
Por razões que não vem a pelo aprofundar, nesta oportunidade, a ideia de academia, um tanto amoldada historicamente aos jardins de Platão, pela natureza das suas ações, e ao Senado romano, pela maturidade de seus integrantes, traz em seus fundamentos dois pressupostos por muitos havidos como essenciais: 1 - para nela chegar, há que ser matusalêmico; 2- outro, o de que, quem dela participa passa a adquirir um brevê de imortalidade.
É possível que quem assim entenda possa até mesmo ter razão, porém não deve ser levado ao pé da letra, pelo menos no caso concreto desta Academia, onde, como se sabe, não há idosos, senão experientes, e onde a imortalidade pouco importa, eis que todos nós pensamos como o irlandês Bernard Shaw, que na “Volta a Matusalém”, exclamou, com a ironia que todos lhe reconhecem: “Eu não sou bastante forte para suportar a eternidade!”. Se efetivamente válidos fossem esses dois pré-requisitos, nem Vossa Excelência, nem qualquer de nós, que o precedemos neste cenáculo de imortais aqui poderíamos ter assento e presença! Somos todos jovens, “ratione material”, eis que as letras e a literatura, por seus compromissos com a esperança, revitaliza e rejuvenesce os seus cultores, além de não visarmos à imortalidade, que não sendo atributo humano, não nos deve iludir, nem preocupar, como um bem a ser eventualmente perseguido e conquistado, mercê de uma carreira profissional bem sucedida. Até porque os que, pela condição acadêmica, se vangloriam da imortalidade não se dão conta de que, ao morrerem, sua fugaz eternidade e fama acabarão por serem postas em cheque pelos sobreviventes, cuja memória costuma ser fraca e pouco justa para com os que deixaram a vida. O que conta mesmo são os feitos humanos, o legado em obras escritas, o exemplo humano que deixamos às gerações vindouras, os exemplos de vida, as obras de arte, a história, a literatura.
A Academia Acreana de Letras o recebe, hoje, como a todos nós nos recebeu, em vossa plena e amadurecida juventude e sem necessidade de enganá-lo com promessas efêmeras, mas com a gratidão pelos feitos e conquistas neste torrão acreano e, em particular a dívida que este Sodalício possui diante de Vossa grandeza de gesto.
O que o traz para nós, nesta noite, é o somatório dos Vossos méritos como intelectual, jurista, humanista, juiz, desembargador, mecenas das letras e educador. Seja, pois, um dos nossos, nobre Acadêmico e que a Vossa experiência venha fortalecer esta Academia, cuja missão precípua é a de juntar contribuições feitas à educação brasileira e à cultura nacional, por personalidades de escol, a fim de ajudar o Brasil a encontrar os caminhos do seu desenvolvimento. São caminhos que visam o tempo todo incluir na sociedade, devidamente preparados para o exercício da cidadania e do trabalho, os milhões de jovens, que a cada geração, compõem o perfil demográfico nacional. Essa é a grande responsabilidade de nós todos, educadores, porque, ou o Brasil se salva pela educação de sua gente, ou nada salvará o Brasil, na sua luta para inserir-se na nova civilização informatizada e global.
Seja Vossa Excelência bem-vindo!

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