PREFÁCIO (II)
Sou um cidadão do
mundo, estudei alguns idiomas, em decorrência dos países que vivi, e hoje
falante de inglês e francês no Canadá, cidade de Montréal, eu me deparo com
esse pedido inusitado da Prof.ª Dr.ª Luísa Karlberg, para que faça o Prólogo
de sua obra intitulada “PORTUGUÊS: LEITURA PARA TODOS”, Vol. II. Fiquei envaidecido, porém
preocupado. Não sou da área de humanidades, mas aprecio as boas leituras e
tenho muito gosto por elas. Por isso, talvez, decorreu esse pedido de minha
grande amiga. Pois bem, vou tentar cumpri-la.
Li com bastante
interesse os textos, maior parte deles já conhecia, sou leitor da professora,
mesmo morando aqui em Montréal, Canadá, há 37 anos. Não esqueci o idioma
português, pelo contrário, o exercito, cotidianamente ouvindo as vozes do
Brasil, quais sejam, por exemplo: Rádio Difusora Acreana; TV Globo; Tv
Bandeirantes; Redes Portuguesas em todo o mundo.
Mas aqui tenho que
falar desta bela obra que ora a Professora oferta aos leitores do Brasil e do
mundo que fala Português. Ainda não havia tido a oportunidade de er um livro
somente com textos. Gostei muito, uma experiência enriquecedora, ainda mais
para estudantes modernos, que não gostam de textos longos. Pois, aqui são texto
breves, porém bem escritos, com assuntos interessantes, que provocam reflexão,
viagens ao mundo da leitura e da escrita.
É uma obra bem pensada,
corente, numa linguagem correta, textos bem estruturados, pensamentos bem
organizados. Enfim, uma leitura prazerosa, sem tempo para alguém se perder na
exposição das ideias que aqui apresenta a Professora.
Sei, via de regra, que nossos pensamentos, maioria das vezes,
são caóticos. Digo isso porque costumam funcionar para alimentar nossas
decisões cotidianas, mas não funcionam, com a mesma precisão, quando expressos
em voz alta ou por escrito, tal qual se encontra na cabeça. Para entender o
nosso próprio pensamento, precisamos expressá-lo para outra pessoa. Ao fazê-lo,
organizamos o pensamento segundo um código comum e então, finalmente, o
entendemos, isto é, nos entendemos. Não à toa que o jagunço Riobaldo, narrador
do romance “Grande sertão: veredas”, dizia: professor é aquele que
de repente aprende.
Então eu creio que todo professor conhece este segredo: a
pessoa entende melhor um seu assunto depois de ter lido sobre ele, e não antes.
Ao falar sobre o um tema, tentando explicá-lo a quem o conhece pouco, aumento,
exponencialmente, a minha compreensão a respeito dele. Imagino, então, que um
professor, motivado pelas expressões de dúvida e até de estupor dos alunos,
refine suas explicações e, ao fazê-las, entenderá bem melhor o que queria
dizer.
Costumo dizer que a leitura é uma viagem a mundos
desconhecidos. Pela leitura visitamos os pensamentos do autor da obra e, ainda,
visitamos lugares inusitados, aprendemos muitas coisas e compreendemos tantas
outras.
De outra parte, escrever definitivamente não é tarefa fácil, a
escrita expõe o escitor. É como diz João Cabral de Melo Neto, num de seus belos
poemas:
Escrever é estar no extremo
de si mesmo, e quem está
assim se exercendo nessa
nudez, a mais nua que há,
tem pudor de que outros vejam
o que deve haver de esgar,
de tiques, de gestos falhos,
de pouco espetacular
na torta visão de uma alma
no pleno estertor de criar.
de si mesmo, e quem está
assim se exercendo nessa
nudez, a mais nua que há,
tem pudor de que outros vejam
o que deve haver de esgar,
de tiques, de gestos falhos,
de pouco espetacular
na torta visão de uma alma
no pleno estertor de criar.
Quem escreve põe o pé na beira do seu próprio abismo, porque
abala suas certezas e multiplica suas dúvidas. Quem escreve despe mais do que
as próprias roupas, porque enquanto escreve ainda não sabe o que mostra para os
outros.
É isso que faz aqui a Professora Luisa Karlberg. Então, essa
obra é um estímulo para que tantos outros professores comecem a escrever e a
produzir textos, a educação brasileira necessita, as escolas precisam fazer da
leitura um hábito cotidiano entre seus alunos. Parabenizo e louvo esse belo
trabalho que ora oferta a Professora Luísa ao Brasil e ao mundo da lusofonia.
Erickson Cavalcanti
Escritor Canadense - Montréal, Canadá
Escritor Canadense - Montréal, Canadá
PREFÁCIO (I)
A determinação, o esforço, a
superação e o zelo, o amor aos livros fizeram de minha mãe um espelho
profissional. Poucas mulheres possuem tanta energia e força para vencer
obstáculos. Mesmo na doença minha mãe se cura pelo amor ao trabalho, à profissão
que exercita com tamanho louvor.
Eu sou a Anny Rose Lessa, filha
da Prof.ª Dr.ª Luísa Lessa Karlberg. Tenho 22 anos e, durante esse meu tempo de
vida, sempre trago a imagem de minha mãe lendo, escrevendo, fazendo pesquisa,
(me mandando ler, escrever e pesquisar), dando aulas, palestras, conferências.
Ela pouco se diverte; seu lazer são os filmes e novelas em casa. Recentemente
tomou gosto pela dança e pratica todos os fins de semana. Gosta de assistir
telejornais, saber o que se passa no mundo. Talvez por isso empreenda tantas
viagens pela Europa, Canadá, África, América do Sul. Também conhece quase todo
o Brasil e, por isso, identifica, facilmente, os dialetos regionais.
Minha mãe é uma mulher bem
informada e bem formada, que passa segurança no que faz e no que diz. Eu
percebo o quanto os alunos gostam dela como pessoa e como professora. Muitos a
cumprimentam com um ar de consagração, a professora mais doce e mais querida,
aquela cujas aulas são inesquecíveis. E não apenas seus alunos, mas pessoas que
leem seus artigos no jornal, conhecem seu trabalho e a admiram. Isso tudo me
enche de orgulho.
Mas hoje estou aqui para falar
desta sua nova Coletânea de livros: PORTUGUÊS: LEITURA
PARA TODOS”, Vol. I, que está confeccionado em três partes: Parte I – Língua,
Linguagem & Comunicação; Parte II – Educação & Cultura; Parte III
-Valores Humanos. É um livro que tem como principal objetivo ofertar textos
ao trabalho docente e discente. A intenção, sempre, é comunicar uma observação,
uma ideia, uma experiência de vida, um conhecimento adquirido. E ela se anima
muito quando encontra um grupo de pessoas potencialmente interessadas no
ensino/aprendizagem e, em especial, na Língua Portuguesa, área de sua formação.
O mais interessante que acho é quando essas pessoas passam a tecer comentários
sobre um ou outro assunto que ela escreveu ou sobre uma aula que ministrou.
Eu considero minha mãe não,
apenas, uma professora, pois, na verdade ela é uma cientista da linguagem, da
palavra, dos textos. Uma escritora que domina os gêneros textuais com
habilidade. E nesse particular está um de seus maiores méritos: trabalhar com a
leitura e a escrita, pois são elas pontes incontestáveis para que haja uma
inclusão do indivíduo dentro da sociedade.E, nesta obra, minha mãe contribui,
grandemente, para o crescimento escolar, considerando que a escola tem a
responsabilidade de sistematizar saberes, mais ainda os de língua portuguesa.
Falar bem o idioma pátrio é um dever de todo cidadão que se respeita. Não é
tarefa somente do professor da área de Letras, mas de outras áreas, visto que
nenhuma ciência se traduz sem a linguagem. E é papel da escola a inserção do
estudante no mundo letrado.
Também desejo dizer que com esta
obra minha mãe mostra, ao campo educacional, a sua veia de eterna professora.
Segundo as orientações apresentadas pelos PCNs, todo professor, independente da
sua área de formação, deve ter o texto como instrumento de trabalho. Este, por
sua vez, deveria ocupar lugar de destaque no cotidiano escolar, pois, através
do trabalho orientado para leitura, o aluno deveria conseguir apreender
conceitos, apresentar informações novas, comparar pontos de vista, argumentar,
etc. Dessa forma, o aluno poderá caminhar adiante na conquista de sua autonomia
no processo de aprendizado.
As práticas pedagógicas de língua
materna, pelo que leio e escuto na Universidade, no Curso de Engenharia
Elétrica e no ENEM, têm sido alvo de uma constante preocupação. Afinal, muitas
são as dificuldades dos alunos, no que diz respeito ao desenvolvimento da
proficiência em leitura e compreensão de texto, seja ele de qualquer gênero ou
qualquer área de conhecimento.
Por isso, nesse livro, a
preocupação de minha mãe é trazer à tona, sempre, o papel transformador e
renovador da escola, que deve, em qualquer nível, tornar os estudantes capazes
de utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo fazer uso de
informações contidas nos textos, bem como conhecer e analisar criticamente os
usos da língua como veículo de valores, sem preconceitos de classe, credo, gênero
ou etnia.
Esta obra preenche uma lacuna
importante na cadeia educacional: traduz-se como um livro de textos, com
temáticas variadas para serem discutidas nas escolas e universidades. Pois são
objetivos da escola e das famílias, em geral, proporcionar às pessoas o acesso
ao conhecimento e a formação de indivíduos críticos, comprometidos consigo
mesmos e com a sociedade, capazes de intervir modificando a realidade, auto
motivados e aptos a buscar o aprendizado e o aperfeiçoamento contínuos, o que
passa pela formação de leitores competentes.
Que esta obra, oferecida por
minha mãe aos leitores, cumpra a sua finalidade principal, que partilha do
pensamento do grande educador Paulo Freire: “o reconhecimento de que a leitura
do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura da palavra escrita
implica na ampliação da possibilidade de leitura do mundo”.
Muito orgulho da senhora, mamãe! Que, como eu, os leitores adquiram amor às letras e leituras e consigam viajar nos seus textos e neles encontrar um pouco mais de sabedoria para uma melhor qualidade de vida.
Muito orgulho da senhora, mamãe! Que, como eu, os leitores adquiram amor às letras e leituras e consigam viajar nos seus textos e neles encontrar um pouco mais de sabedoria para uma melhor qualidade de vida.
Anny Rose Lessa Gomes
Acadêmica de Engenharia Elétrica (em processo de
ingresso na Medicina Veterinária).
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