26/03/2018

DISCURSO DE APRESENTAÇÃO DO IMORTAL JOSÉ DO CARMO CARILE






    Ilustres pares da Academia Acreana de Letras, sociedade acreana, autoridades, senhoras e senhores. Estando em viagem, faço, aqui, a apresentação do poeta José do Carmo Carile, em sua posse na Academia Acreana de Letras - AAL.
      O poeta Alberto Caieiro costuma dizer que “as borboletas não têm cor, nem movimento (...) A cor é que tem cor nas asas da borboleta. No movimento da borboleta, o movimento é que se move...” Já o poeta Manoel de Barros disse: “Meditei sobre as borboletas. (...) Vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras, sem magoar as próprias asas”. E Rafael Duarte, comentou: “ As borboletas... são "flores que voam...” “Planto flores no caminho – disse Day Anne - para que não me faltem as borboletas. Foram elas que me ensinaram que o casulo não é o fim. É o começo”!
     Pois bem, quando a acadêmica Nilda Dantas me apresentou o poeta José do Carmo Carile, tive a primeira oportunidade de debruçar-me sobre seus textos poéticos. Percebi, logo de saída, que a poesia desse torcedor do São Paulo tinha sentimentos, buscas, segredos, amor contido. Uma necessidade de escancarar suas emoções, revelando divagações, sonhos, suas penitências e desilusões. Foi quando reparei que não é preciso sair por aí, com uma tarrafa na mão, com gaiolas, armadilhas, caçando mais uma borboleta para enfeitar nossos chás das letras na Academia Acreana de Letras.
      Dizem os poetas que, para ter borboletas no seu jardim, basta tão somente você plantar algumas flores e aguá-las de vez em quando. Daí para frente é só aguardar, porque as borboletas aparecerão. E foi exatamente assim que a Academia Acreana de Letras procedeu com esse poeta que sabe falar sobre o amor, esperança, saudade, perdão. José do Carmo verseja sobre a chuva que molha o telhado tão bem quanto do coração cobiçado! Encantei-me diante de seus desabafos sobre a forma como viver uma paixão. Então, o levei para declamar no palco sagrado da poesia. Daí foi um passo para introduzi-lo no meu mais ambicioso projeto literário, que é o de aproximar a poesia aos alunos do ensino fundamental e médio das escolas de Rio Branco e do interior acreano, na tentativa de desconstruir o mito de que o poeta não vai à sala de aula, VOLUNTARIAMENTE, trabalhar a poesia, de que a poesia não é objeto de estudo nas salas de aula. E, surpresa! Logo de início, o que mais chamou a atenção foi o interesse dos alunos pela poesia. O passo seguinte foi mais fácil: as professoras se entusiasmaram com a produção discente e os poetas mirins, nascidos desta semente, como borboletas dos casulos, foram convidados a participar da Roda de Poesia, sob a coordenação da Academia dos Poetas Acreanos.
      A partir de então, José do Carmo Carile se tornou o parceiro incondicional nesta agradável atividade. Acreditamos que essa atividade tenha sido um ótimo motivo para tantos outros fomentadores dessa bela arte, porque vimos, com bons olhos, a criação de várias sociedades culturais, que estão, até os dias atuais, realizando trabalhos semelhantes em várias escolas de Rio Branco. Desse modo, tivemos a grande chance de ter colocado a poesia no seu devido lugar. O acadêmico ora empossado usa a poesia como instrumento de comunicação, necessidade humana, interação, linguagem de emoção a favor do belo e do espírito. Sua obra SEGREDOS DO CORAÇÃO expressa em seus versos todo esse sentimento de amor e paixão! O poeta José do Carmo Carile, doravante Membro Efetivo da Academia Acreana de Letras, é oriundo de São Paulo, mas adotou esta terra como sua e a ama como se filho dela fosse. Aqui realiza conosco um GRANDE SONHO que hoje é uma realidade, junto com nosso grupo formado pelas acadêmicos Luísa Galvão Lessa Karlberg, Edir Marques, Renã Leite, Alessandro Borges, Cecília Pereira Ugalde, Devanilde de Souza e outros, que são as OFICINAS DE POESIA para alunos das redes pública e privada, sem distinção.
       Esta sua dedicação, disponibilidade e entusiasmo pelas atividades culturais prestarão, não há dúvida, imensos serviços neste novo espaço acadêmico que se abre com sua introdução neste sodalício. Aqui, o novo confrade José do Carmo Carile terá um ambiente propício para cultivar poemas a atrair leitores, espargindo a beleza das palavras e versos que encantam, assim como se cultivam flores a seduzir belas borboletas, voluteando em torno deste celeiro cultural, espalhando cores e movimentos! ERA O QUE TINHA A DIZER!

Poeta Mauro D’Ávila Modesto – Cadeira nº 13 Rio Branco, 22 de fevereiro de 2017.

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