24/07/2011

Nota de Falecimento

A ACADEMIA ACREANA DE LETRAS, CONSTERNADA, COMUNICA O FALECIMENTO OCORRIDO NO RIO DE JANEIRO, NO DIA 22 DE JULHO DE 2011, DO ACADÊMICO OMAR SABINO DE PAULA, ADVOGADO, PROFESSOR, JORNALISTA, ESCRITOR, DEPUTADO FEDERAL, SENADOR E GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE, LEGISLADOR, AUTONOMISTA, FUNDADOR NA CADEIRA 36 DESTE SODALÍCIO, TENDO SIDO SEU PRESIDENTE DE 1967 A 1987. 

À FAMILIA ENLUTADA A SOLIDARIEDADE DESTE SILOGEU.

06/05/2011

Academia Acreana de Letras empossa cinco novos membros

Rose Farias (Assessoria Fem)
27-Abr-2011
Solenidade de posse no Teatro Plácido de Castro contará com a exposição do renomado artista plástico Rodolfo Bader Filho

Na comemoração do Dia Internacional da Educação, a Academia Acreana de Letras (AAL) empossa cinco novos membros em cerimônia que acontece nesta quinta-feira, 28, às 20 horas, no Teatro Plácido de Castro. A solenidade contará com a exposição do renomado artista plástico Rodolfo Bader Filho. O evento conta com o apoio do governo do Estado, através da Fundação de Cultura Elias Mansour.

Glória Perez, Francisco Gregório Filho, Edson Ferreira de Carvalho, Moisés Diniz e Margarete Edul Prado Souza Lopes são os novos imortais da Academia Acreana de Letras, composta de 40 cadeiras, cada uma delas sob patronato, nos seus 74 anos de existência.

Os novos membros ocuparão as cadeiras de Geraldo Mesquita (10), Luiz Cláudio Castro e Costa (17), Francisco de Oliveira Conde (23), Fernando de Castela (25) e Josué Fernandes (32). Para o presidente da Academia Acreana de Letras, professor Clodomir Monteiro, o evento é de suma importância tanto para a entidade como para a sociedade acreana.

“É um momento ímpar para a Academia, por inovar e recompor seu quadro com esses novos membros. Além disso, celebramos a oportunidade de manter viva a chama do conhecimento e da tradição nesses 74 anos de existência da entidade”, disse.

Novos membros da AAL

Glória Maria Ferrante Perez - A escritora nasceu e viveu no Acre até os 16 anos. O pai, escritor e ministro de Justiça, Miguel Jerônymo Ferrante, e a família mudaram-se para Brasília, depois São Paulo e Rio de Janeiro. Cursou Direito e Filosofia na UnB, bacharelado e Mestrado em História (UFRJ). Começou a carreira de autora em 1979, no seriado ‘Malu Mulher’, da TV Globo. Sucessos no Brasil e exterior, ela recebeu nos Estados Unidos, do FBI e do DEA, prêmios pela campanha para auxiliar os dependentes químicos, enfocados na novela ‘O Clone’. Em: ‘Carmem’, de 1987, escreveu sobre Aids. Em ‘Barriga de Aluguel’, de 1990, tratou sobre a troca de bebês em maternidades.

Em Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, avivou a saga acreana de se incorporar ao Brasil. Glória Perez escreveu também Partido Alto, Desejo, De Corpo e Alma, Explode Coração, Pecado Capital, América e Caminho das Índias, que ganhou o prêmio internacional Emmy, na categoria melhor novela. Glória Perez vai ocupar a Cadeira 10 como sucessora de Geraldo Gurgel de Mesquita.

Francisco Gregório Filho -
 Rio-branquense, formou-se em Artes Cênicas. Ator, diretor, e gestor de artes. Professor de Leitura, Teoria e Prática (PUC/RJ). Criou participou e/ou iniciou os programas nacional de incentivo à leitura, Rede de Casas de Leitura. Ministra oficinas de formação de contadores de histórias, na primeira Secretaria Municipal de Leitura no Brasil. Presidiu a Fundação Cultural do Acre. Tem Título de Notório Saber pela PUC/RJ, Condecoração de Ordem ao Mérito do Livro pela Biblioteca Nacional; Pesquisador da UNESCO / PUC/RJ do quadro da BN – MINC, foi da equipe do Paço Imperial.

Seus livros: Passagem, 2003; Dona Baratinha e Outras Histórias, 2006; Oralidade afeto e cidadania e Práticas Leitoras, 2002; Pensar a Leitura: complexidade, organizado por Eliana Yunes; Jabuti sabe ler e precisa escrever, 2006, 2007; Guardados do Coração, Grávidas histórias -Histórias de mulheres do Brasil, 1998; Arraial Alheio, 2007; Ler e Contar, contar e ler, 2008 e 2011.

Edson Ferreira de Carvalho - 
Nasceu em Bambuí, Minas Gerais, bacharel e mestre em Direito, respectivamente na Ufac e Universidade Federal de Santa Catarina, doutorando em Direito pela Universidade de Valência, Espanha. É pós-doutor em Direito pela Notre Dame University (USA). Graduado em Engenharia Agronômica, mestrado e doutorado em Fitotecnia na Universidade Federal de Viçosa. Master em Educação Ambiental (Espanha), especialista em Administração Universitária (Canadá) e em Direitos Humanos pela Universidade para a Paz, das Nações Unidas (Japão). Recebeu o prêmio internacional Gilles Boulet, da Inter-American Organization for Higher Education.

Foi Vice-Reitor da Ufac, fundador e diretor-presidente da Fundação Instituto da Biodiversidade e Manejo de Ecossistemas da Amazônia Ocidental. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Viçosa e do Programa de Mestrado em Direito Ambiental da Universidade Federal do Amapá. Autor de artigos científicos e livros na área de Direito, orientou e co-orientou alunos de Mestrado e Doutorado, no Brasil e no exterior.

Moisés Diniz Lima - Neto de nordestinos de Riacho do Sangue, no Ceará, e índios ashaninkas, das margens do Rio Amônia, em Cruzeiro do Sul. Moisés Diniz é oriundo da Congregação dos Irmãos Maristas, onde professou os votos temporários de pobreza, castidade e obediência. É formado em Pedagogia pela Ufac. Aprendiz da luta na cidade acreana de Tarauacá, ajudou a organizar os sindicatos de trabalhadores urbanos e extrativistas, organizações comunitárias, juvenis, indígenas, de cultura e de mulheres. Vereador, vice-prefeito de Tarauacá e agora no segundo mandato de deputado estadual, sente-se mais para a poesia que é “nossa alma. herdada dos tempos imemoriais quando o homem ainda não havia se tornado lobo do semelhante”. A política, a seu ver, é a ferramenta necessária para vencer os lobos e lutar pela felicidade humana.

Margarete Edul Prado de Souza Lopes -
 Nasceu em São Paulo (SP), mas foi criada desde criança em Tarauacá. Entre outros títulos e cargos: bacharela em Letras Clássicas (Rio de Janeiro), licenciada em Letras/Inglês pela (Ufac), mestra em Teoria da Literatura, Universidade Estadual de Campinas, doutora em Literatura Brasileira, Universidade Federal da Bahia. Coordenadora dos Cursos de Letras da Ufac, foi a primeira diretora do Centro de Educação, Letras e Artes, fundadora, e coordenadora em 11 anos contínuos, da Universidade Aberta da Terceira Idade.

Pesquisadora do CNPq, desde 1997, com trabalhos na área de Literatura, Gênero, Geração e Mitologia. Professora-adjunta, da Ufac, é coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero na Amazônia e dirige a Revista Seringal de Ideias. Publicou: artigos especializados e livros sobre as escritoras acreanas: Motivos de Mulher na Amazônia e Vozes Femininas da Floresta. E, para a UNB, o Ensino à Distância sobre História da Educação no Acre. Atualmente, orienta bolsistas de iniciação científica e do mestrado da Ufac.

05/05/2011

OS NOVOS IMORTAIS DA ACADEMIA ACREANA DE LETRAS

(Fonte: http://almaacreana.blogspot.com/2011/05/os-novos-imortais-da-academia-acreana.html)


No dia 28 de Abril último, a Academia Acreana de Letras realizou, no Teatro Plácido de Castro, em Rio Branco, a solenidade de empossamento de seus cinco novos membros. Os ‘novos imortais’ são: Francisco Gregório Filho, Edson Ferreira de Carvalho, Glória Perez, Moisés Diniz e Margarete Edul Prado de Souza Lopes. Os empossados ocuparão as cadeiras em que antes estavam Geraldo Gurgel de Mesquita (10), Luiz Cláudio Castro e Costa (17), Francisco de Oliveira Conde (23), Fernando de Castela (25) e Josué Fernandes (32).
Teatro Plácido de Castro
Foto: Val Fernandes

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FRANCISCO GREGÓRIO FILHO
Francisco Gregório Filho é natural de Rio Branco (AC). Quando adolescente, foi para o Rio de Janeiro, onde se formou em Artes Cênicas (UNIRIO). Foi ator, diretor e produtor de peças teatrais, gestor de programas e projetos culturais nas áreas de música, rádio e teatro. Foi professor do Curso de Leitura, Teoria e Prática, promovido pela PUC/RJ. Na década de 1990 começou a se dedicar às questões da leitura, tendo sido um dos organizadores do Programa Nacional de Incentivo à Leitura, implantado em 1992, na Biblioteca Nacional (1992 a 1996). Desde então desenvolve oficinas de formação de contadores de histórias para educadores sociais, estudantes e profissionais de diferentes áreas.

Funcionário da Biblioteca Nacional, participou da equipe técnica do Setor Educativo do Paço Imperial, e de maio a outubro de 2010, iniciou a implantação da Secretaria de Promoção da Leitura de Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro, primeira secretaria municipal dedicada à leitura no país. Tem Título de Notório Saber pela PUC/RJ, Condecoração de Ordem ao Mérito do Livro pela Biblioteca Nacional; Pesquisador da UNESCO / PUC/RJ do quadro da BN-MINC. No Acre, criou a rede de Casa de Leitura.

Como contador de histórias, vem se dedicando especialmente a um repertório voltado para os contos populares brasileiros. Seus livros publicados procuram dar conta das muitas histórias vividas e escutadas pelo Brasil a fora. Entre outros trabalhos, escreveu os seguintes livros: Grávidas histórias - Histórias de mulheres do Brasil (1998); Lembranças amorosas (Global); Difícil Passagem (Santa Clara, 2003)); Dona Baratinha e Outras Histórias (Rocco, 2006); Ler e Contar, contar e ler - caderno de histórias (Letra Capital, 2008 e 2011).

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EDSON FERREIRA DE CARVALHO
O mineiro Edson Ferreira de Carvalho é natural de Bambuí. Além de ser Bacharel em Direito (UFAC, 1998) graduou-se em Engenharia Agronômica (UFV, 1984) e fez Mestrado (1986) e Doutorado (1990) em Fitotecnia na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Fez cursos de capacitação na área de Ecologia Florestal na Universidade para a Paz, da Organização das Nações Unidas (Costa Rica) e na Universidade Austral do Chile, bem com de Monitoramento e qualidade ambiental e Direitos Humanos, na Universidade das Nações Unidas (Japão). Participou das seções de capacitação do Instituto Internacional de Direitos Humanos (Estrasburgo, França) e da Corte Internacional de Justiça (Haia, Holanda). É Master em Educação Ambiental pelo Instituto de Investigaciones Ecológicas (Espanha) e especialista em Liderança e Administração Universitária pela Inter-American Organization for Higher Education – Canadá. Cursou Pós-doutoramento na Universidade de Notre Dame (Estados Unidos), na área de Direitos Especiais, como bolsista do CAPES. Recebeu o prêmio internacional Gilles Boulet, da Inter-American Organization for Higher Education (OUI). É membro fundador e ex-Diretor-Presidente da Fundação Instituto da Biodiversidade e Manejo de Ecossistemas da Amazônia Ocidental (Fundação BIOMA). Foi Tutor do Programa Especial de Treinamento (CAPES) e Vice-Reitor da Universidade Federal do Acre. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Viçosa e do Programa de Mestrado em Direito Ambiental da Universidade Federal do Amapá. Autor de artigos científicos e livros na área de Direito, orientou e co-orientou alunos de Mestrado e Doutorado, no Brasil e no exterior. Entre seus trabalhos estão os seguintes livros: Meio Ambiente & Direitos Humanos (Editora Juruá, 2005); Meio Ambiente como Patrimônio da Humanidade – Princípios Fundamentais (Editora Juruá, 2008), e Manual Didático de Direito Agrário (Editora Juruá, 2010).


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GLÓRIA PEREZ
Natural de Rio Branco, Glória Maria Ferrante Perez viveu no Acre até os 16 anos. O pai, escritor e ministro de Justiça, Miguel Jerônymo Ferrante, e família, mudaram-se para Brasília, depois São Paulo e Rio de Janeiro. Cursou Direito e Filosofia na UNB, bacharelado e Mestrado em História (UFRJ). Começou a carreira de autora em 1979, no seriado ‘Malu Mulher’, da TV Globo. Em 1983, ela deu sequência a minissérie ‘Eu Prometo’, de Janete Clair, depois de a titular ficar doente. Sucessos no Brasil e exterior, ela recebeu nos Estados Unidos, do FBI e do DEA, prêmios pela campanha para auxiliar os dependentes químicos, enfocados na novela ‘O Clone’. Em: ‘Carmem’, de 1987, escreveu sobre Aids. Em ‘Barriga de Aluguel’, de 1990, tratou de troca de bebês em maternidades. Homossexualismo, deficiência visual, cleptomania, islamismo, foram outros temas. Em ‘Amazônia, de Galvez a Chico Mendes’, aviva a saga acreana de se incorporar ao Brasil. Glória Perez escreveu também ‘Partido Alto’, ‘Desejo’, “De Corpo e Alma”, ‘Explode Coração’, ‘Pecado Capital’, ‘América’, que ganhou o prêmio internacional Emmy, na categoria melhor novela. ‘Caminhos das Índias’ e ‘O Clone’ foram adaptadas para versões latinas: ‘Camino a las Índias’, na TV Azteca e ‘El Clon’, na Telemundo. É co-autora do livro de poesias Mercado de Escravas (Achiamé, 1984).

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MOISÉS DINIZ
Moisés Diniz é neto de nordestinos de Riacho do Sangue, no Ceará, e índios Ashaninkas das margens do Rio Amônia, em Cruzeiro do Sul, no Acre, um pequeno pedaço de terra amazônica que, para se tornar brasileira, pegou em armas na Revolução Acreana. Moisés Diniz é oriundo da Congregação dos Irmãos Maristas, aonde chegou a professar os votos temporários de pobreza, castidade e obediência. É formado em Pedagogia pela Universidade Federal do Acre. Aprendiz da luta em Tarauacá, cidade acreana aonde se estabeleceu em 1985, aí ajudou a organizar sindicatos de trabalhadores urbanos e extrativistas, organizações comunitárias, juvenis, indígenas, de cultura e de mulheres. Foi eleito vereador e vice-prefeito em Tarauacá e, atualmente, exerce o terceiro mandato de deputado estadual. Moisés Diniz, como ele mesmo diz, está mais para a poesia do que para a política. “A poesia é a nossa alma que herdamos dos tempos imemoriais quando o homem ainda não havia se tornado lobo do semelhante. A política é a ferramenta necessária para vencer os lobos e lutar pela felicidade humana”. Entre outras obras, escreveu: Exclamações Populares; Bandeira Gêmea e O Santo de Deus (Edições Bagaço, 2009).

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MARGARETE EDUL PRADO DE SOUZA LOPES
Margarete Edul Prado de Souza Lopes nasceu em São Paulo (SP), mas foi criada desde criança em Tarauacá (AC). Entre outros títulos e cargos é bacharel em Letras Clássicas (Rio de Janeiro), licenciada em Letras/Inglês pela (UFAC), mestra em Teoria da Literatura (Universidade Estadual de Campinas) e doutora em Literatura Brasileira (Universidade Federal da Bahia). Coordenadora dos Cursos de Letras da UFAC, foi a primeira diretora do Centro de Educação, Letras e Artes, fundadora, e coordenadora por 11 anos contínuos, da Universidade Aberta da Terceira Idade. Pesquisadora do CNPq, desde 1997, com trabalhos na área de Literatura, Gênero, Geração e Mitologia. Professora-adjunta, da UFAC, é coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero na Amazônia e dirige a Revista Seringal de Ideias. Publicou: artigos especializados e livros sobre as escritoras acreanas: “Motivos de Mulher na Amazônia” (EDUFAC, 2006) e “Vozes Femininas da Floresta”. E, para a UNB, o “Ensino à Distância sobre História da Educação no Acre”. Atualmente, orienta bolsistas de iniciação científica e do mestrado da UFAC.

01/05/2011

Posse dos novos membros da AAL - Fotos Edison Caetano

Academia Acreana de Letras

A emoção marcou a posse dos novos membros da Academia Acreana Letra (AAL), no Teatro Plácido de Castro. Glória Maria Ferrante Perez, Francisco Gregório Filho, Edson Ferreira de Carvalho, Moisés Diniz Lima e Margarete Edul Prado de Souza Lopes se emocionaram diante de uma platéia composta por jornalistas, políticos, escritores, intelectuais e familiares.
Os empossados ocuparam as cadeiras de Geraldo Mesquita (10), Luiz Cláudio Castro e Costa (17), Francisco de Oliveira conde (23), Fernando de Castela (25) e Josué Fernandes (32). Fotos de Bel Caetano












12/04/2011

Academia Acreana de Letras participa de encontro em Rondônia


Academia Acreana de Letras participa de encontro em Rondônia

Jannice Dantas
12-Abr-2011
Evento binacional teve objetivo de debater cultura, história e linguagem da região


A Academia Acreana de Letras participou do I Encontro Cultural da Fronteira Brasil/Bolívia, nos dias 8 e 9 na, cidade de Guajará-Mirim (RO). Com o tema “A Literatura, a História e a Cultura que nos Unem”, o encontro debateu o assunto, exaltando os chamados “Heróis Guaporés”, ou seja, aqueles que se destacaram pela liderança de causas em favor do município. Para isso, contou com palestras com questões voltadas à realidade local e fronteiriça.
A cerimônia de abertura aconteceu na sede do Clube Boinas Rajadas, com apresentações de grupos folclóricos e cantores da Bolívia e do Brasil. A organização ficou por conta da Academia Guajaramirense de Letras, Academia de Letras de Rondônia e Sociedad de Escritores de Guayaramerín, da Bolívia.
Para a professora da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Auxiliadora dos Santos, o encontro foi importante, pois Guajará-Mirim, que conta hoje com aproximadamente 50 mil habitantes, foi o berço da cultura de Rondônia. “Estamos valorizando e reconhecendo a história da região, já que temos poucas possibilidades de discutir essas temáticas”, afirmou.
O governo do Estado do Acre se fez presente ao evento através do diretor-presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Dircinei Souza. “O nosso governador Tião Viana valoriza a cultura. Por isso, estamos aqui, proporcionando a integração das Academias de Letras dos Estados do Acre e Rondônia e de nossa vizinha Bolívia. Queremos estreitar esses laços. Já que o artista, seja de qual segmento for, precisa sentir-se respeitado pelo que é capaz de fazer. Queremos contribuir ainda para estimular e incentivar o ideal dessa juventude presente”, ressaltou.
Para José Lúcio Cavalcanti de Albuquerque, presidente da Academia de Letras de Rondônia, é preciso mostrar que a Amazônia não é só natureza. Por isso é fundamental que se incentive a leitura para que haja gosto pela escrita.
Melissa Vilanga Moreira, recém-formada, mostrou-se bastante empolgada com o evento. “É importante que realmente ocorra esse incentivo e que essa aliança estabelecida entre Brasil e Bolívia seja mais que utopia fraternal, mas sim uma realidade praticada”, disse.
“Esse intercâmbio de informações com o Estado e o país vizinho é fundamental para o enriquecimento da cultura. Por isso, gostaria de agradecer ao governo do Estado do Acre, que através da Fundação de Cultura Elias Mansour proporcionou a nossa ida até o encontro”, disse o presidente da Academia Acreana de Letras, Clodomir Monteiro.
Além das palestras, o encontro também proporcionou exposição de obras literárias de autores dos dois países.


22/03/2011

I Econtro Cultural da Fronteira Brasil/Bolívia, dias 8 e 9 de abril, Guajará-Mirim (RO)




A Academia de Letras de Rondônia, ACLER, encerra nesta quinta-feira, 31, as inscrições para participação no I Encontro Cultural da Fronteira Brasil/Bolívia, a se realizar dias 8 e 9 de abril em Guajará-Mirim, promoção da ACLER conjuntamente com a Academia Guajaramirense de Letras, AGL, Da Sociedad de Escritores de Guayaramerin, SEG e participação da Academia Acreana de Letras, AAL. A inscrição é feita só através do e-mail aclerencontrodeescritores@gmail.com.

O Encontro terá palestras na tarde de sexta-feira, 8, e durante o dia 9, sábado, no campus da UNIR/Guajará-Mirim, mas a cerimônia de abertura acontecerá na noite de sexta, na sede do Clube Boinas Rajadas, com apresentações de grupos folclóricos e cantores da Bolívia e do Brasil.
 

Para realização do evento as entidades promotoras contam com o apoio do Governo do Estado de Rondônia, Fundação Universidade de Rondônia – UNIR, Prefeitura de Guajará-Mirim, Câmara Municipal de Guajará-Mirim e 6º Batalhão de Infantaria de Selva, além da participação da Academia Acreana de Letras, Sociedad de Escritores de Riberalta, SER, e Sociedad de Escritores de Bolívia, SEB.
 

O tema central do Encontro é “A Literatura, a História e a Cultura que nos unem”, assunto que será abordado pelo acadêmico Dante Ribeiro da Fonseca durante a abertura oficial do evento.
 

Na sexta-feira à tarde serão duas palestras: às 14 horas o escritor José Luiz Duran, da SEG, sobre o tema Cultura de los pueblos amazonicos da Bolívia; em seguida o palestrante será o escritor Matias Mendes, da ACLER, com o tema “A Fronteira e seus herois”. No sábado às 8 horas o expositor será o professor Alberto Ferrufino, da SEB, abordando “Cultura e Literatura de La Província Vaca Diez” e, encerrando a manhã, será a vez do historiador Carlos Alberto Alves de Souza, da Academia Acreana de Letras, sobre “Tradição e fontes orais na história e na literatura amazônica”. À tarde de sábado haverá apenas uma palestra, Hugo Leigue abordando “Amazonia Boliviana”.

21/10/2010

Nota de pesar

NOTA DE PESAR


A ACADEMIA ACREANA DE LETRAS, CONSTERNADA, COMUNICA O FALECIMENTO DO ACADÊMICO JORGE KALUME, FUNDADOR DA CADEIRA 41, DO QUADRO DE HONRA E EFETIVO DA CADEIRA 15, NO DIA 26 DE OUTUBRO DE 2010, EM BRASILIA, DISTRITO FEDERAL. FICA DECRETATO LUTO OFICIAL POR TRÊS DIAS.

É CERTO QUE TODOS OS ACADÊMICOS ACORDAM NO SUSSURAR DA PRECE DIÁRIA, COM A PERPETUIDADE , QUE COMEÇA , SOMADA À VIDA E OBRA DO CONFRADE, POIS SEU NOME ESTÁ IMORTALIZADO E DEVIDAMENTE REGISTRADO NA HISTÓRIA E COLUNAS DO JORNALISMO,DA LITERATURA, PRODIGA AÇÃO PUBLICA, E DESTA INSTITUIÇÃO .

À FAMILIA O CONFORTO DE NOSSA SOLIDARIEDADE.



Clodomir Monteiro da Silva

Presidente da AAL

22/06/2010

Esclarecimento sobre a nova data de eleição dos novos membros da Academia Acreana de Letras

NOTA OFICIAL FINAL

Assembléia Geral 
(Dia 01.07.2010)

Considerando que o jogo Brasil x Portugal será exatamente no dia 25 de junho, data definida em Diretoria, para dar curso à Assembleia Geral de eleição dos novos sucessores deste Silogeu; 

Considerando que a equipe do Brasil só voltará a jogar na sexta-feira, dia 2, ou sábado, 3 de julho;

Fica aquela Assembléia, por deliberação administrativa coletiva (Cf. Estatuto Arts. 32;XII, e 33), de hoje 21 de junho, transferida para quinta-feira, 1º de julho de 2010, mantendo o mesmo local, Conselho Estadual de Educação, e horário, 9 horas , perdurando o processo de votação até as 17 horas do mesmo dia, quando os trabalhos serão encerrados.

Esperando, finalmente, que tenhamos resolvido o problema ao decidir por esta nova data, agradecemos a compreensão dos confrades na certeza de que participaremos de ambos os eventos com bons dribles e gols consagrando as vitorias da democracia nas artes do imaginário presentes no futebol e nas letras.

Como afirmou o Sr. Eduardo Estaunié, da Academia Francesa quando escreveu um livro, de título sugestivo: Les Choses voient. Vêem, ouvem, sentem, pensam e têm saudades... "O mundo que é representação, que seria para nós, se lhe não déssemos nossas emoções e idéias, que o enfeitam e nos dão, tornados de novo à origem, os mais ternos e profundos pensamentos?" (Afrânio Peixoto, Presidente da Academia Brasileira de Letras, em 13.12.1923)

Saudações Sodalícias

Rio Branco 21 de junho de 2010



Clodomir Monteiro da Silva
Presidente da AAL


..... 

13/06/2010

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ELEIÇÃO DE NOVOS MEMBROS

ACADEMIA ACREANA DE LETRAS

Edital de Convocação

O Presidente da Academia Acreana de Letras, no uso de suas atribuições estatutárias, CONVOCA todos os seus Membros Efetivos, na plenitude de seus direitos, a fim de eleger cinco novos membros efetivos para ocuparem as cadeiras atualmente vacantes, 10,17,23,25,e,32, com respectivo edital de abertura de inscrições publicado e cumprido conforme termos e fins do art. 10, § 1º e 2º, do Estatuto da AAL A votação será realizada em Plenário das 9 às 17 horas do dia 18 de junho próximo, no Auditório do Conselho Estadual de Educação, à Rua Cel. Cezário n° 19, Bairro Capoeira, nesta cidade de Rio Branco.

Rio Branco, 07 de junho de 2010.


CLODOMIR MONTEIRO DA SILVA
Presidente da Academia Acreana de Letras

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12/04/2010

Academia Acreana de Letras terá novos membros, inscrições abertas

EDITAL DE ABERTURA DE INSCRIÇÃO PARA PREENCHIMENTO DE CADEIRAS DA ACADEMIA ACREANA DE LETRAS (AAL)



O Dr. CLODOMIR MONTEIRO DA SILVA, Presidente da AAL, no uso de suas atribuições legais, estatutárias e regimentais, FAZ SABER, a quem interessar possa, que estão abertas as inscrições visando escolher sucessores, para as cadeiras, 10,17,23,25,e,32, como membros efetivos, posições subseqüentes, 2,2,2, 4 e 3, em linhas horizontais, às dos titulares, saudosos acadêmicos, ,respectivamente,Geraldo Gurgel de Mesquita,1, Luiz Cláudio de Castro e Costa ,1,Fernando de Oliveira Conde 1,Fernando de Castela ,3 e Josué Fernandes de Souza 2. Nos termos e para os fins do art. 10, § 1º e 2º, do Estatuto da AAL “a inscrição far-se-á mediante o preenchimento de formulário pelo interessado, dirigido ao Presidente da Academia, acompanhado de currículo, resumo das atividades intelectuais, exemplares de trabalhos publicados e produções inéditas, assinado o formulário pelo interessado e pelo acadêmico que o indicar; recebida a proposta, o Presidente, no prazo de 60 (sessenta) dias, submetê-la-á a uma comissão, previamente designada, para emitir parecer. Sendo o parecer favorável o nome do candidato será submetido à votação pelo Plenário da Entidade”..Os Acadêmicos admitidos receberão comunicação formal e terão o prazo de 6 (seis) meses para tomar posse, salvo impedimento, expressamente justificado.As inscrições deverão ser feitas na sede da AAL - Casa da Cultura, Rua Pernambuco, 1026, Bosque - das 9 às 12h, de segunda a sexta-feira, do dia 19 de abril a 19 de maio do corrente ano.Dado e passado nesta cidade de Rio Branco, Capital do Estado do Acre aos 5 (cinco) dias, de abril do ano de 2010. Eu, Robélia Fernandes de Souza, Secretária, o digitei, sendo todas as suas vias assinadas pelo Presidente da Academia Acreana de Letras.



CLODOMIR MONTEIRO DA SILVA
Presidente da Academia Acreana de Letras

27/10/2009


ACADEMIA ACREANA DE LETRAS
FUNDADA EM 17/11/1937

Convocação: ASSEMBLEIA ORDINARIA

O presidente da Academia Acreana de Letras (AAL), no uso de suas atribuições estatutárias, CONVOCA seus membros efetivos para participarem da Assembleia Geral Ordinária que ocorrerá no dia 04 de novembro de 2009, às 17 horas, no auditório da Prefeitura Municipal de Rio Branco,.Rua Rui Barbosa,Praça da Revolução,centro,nesta cidade para tratar dos seguintes assuntos:

1 – Aprovar o relatório, balanço, e prestação de contas da AAL

2 – 72º Aniversário da AAL

Participação da Confreira Robélia Fernandes de Souza, como Coordenadora da Comissão Julgadora de Concurso da Prefeitura Municipal de Rio Branco. Lançamento do livro do Confrade Jose Higino de Souza – dia 13.11 no SEBRAE. Palestra do Confrade Clodomir Monteiro, Literatura Brasileira, na Semana de História, da Universidade Federal do Acre, coordenada pela Confreira Maria José Bezerra – dia 17.11.2009 no Anfiteatro Garibaldi Brasil.

4 – Eleição e posse da Diretoria 2010 / 2011

Rio Branco, 26 de outubro de 2009.

Luisa Karlberg
Presidente da Academia Acreana de Letras

15/08/2009

A AAL e a I Bienal do Livro e da Leitura do Acre

A CABEÇA NO FUNDO DO ENTULHO DA LEITURA NA FLORESTA
Fernando Monteiro

Ao entrar numa das mega-livrarias reluzentes de produtos da chamada “indústria cultural” – entre os quais se enfileiram os livros, esses sobreviventes de um já remoto mundo –, o leitor médio brasileiro com certeza estará em busca, basicamente, de quatro tipos de obras:

1) Os best-sellers, isto é, a literatura de entretenimento criadora de produtos para serem consumidos como se consome litros de Coca-Cola;

2) As obras factuais, referentes a temas buscados no mundo tangível e real (exemplos: o livro de Dráuzio Varella sobre Carandiru lido junto com novo um título prometendo “sensacionais revelações” sobre o assassinato do presidente Kennedy etc);

3) Os livros de auto-ajuda – que não ajudam ninguém a respeito de nada, quer dizer, ajudam [sim] a engordar o faturamento das suas editoras e até dos seus autores) e, em QUARTO e último lugar, o leitor estará procurando, por fim, LITERATURA propriamente dita.

Não adianta vir pra cima de mim tentando dizer que, ora, é tudo literatura.

Sabemos que não é. Por exemplo: Lya Luft sabe, perfeitamente, que o que ela deu para escrever, nos últimos anos, não é literatura de modo algum, e não adianta ela até ameaçar (conforme ameaçou, num programa televisivo de entrevistas) que “se retiraria” etc, caso os entrevistadores continuassem a chamar de auto-ajuda a auto-ajuda da lavra recente da senhora Luft, com a qual Lya ajuda o editor Sérgio Machado a ajudar a conta bancária própria com os novos títulos da “escritora” gaúcha auto-ajuditícia.

Os livros factuais que estão aí, na maioria praticamente absoluta: não adianta enrolar, também neste “segmento”. Truman Capote escreveu um grande livro – A Sangue Frio – com base na realidade da vida de dois assassinos condenados à morte, mas esse conteúdo o talentoso norte-americano transtornou e transformou, fez virar literatura, como novo tipo de “reportagem” quase ficcionalmente tratada etc etc. O futuro monturo de Carandiru mornamente recordado pelo médico Varella tem alguns momentos de interesse, sim, mas o capote de Capote era um número maior, e isso serve de comentário aos outros Carandirus plantados nas vitrines brilhando como catarro em parede.

Recuemos um pouco no tempo: há menos de trinta anos, a então boa cabeça do leitor brasileiro estava motivando matéria na revista VEJA (12/08/1981). O título era “Qualidade é sucesso”, e o texto – não assinado – assinalava “a volta da literatura de qualidade, com os clássicos nas livrarias e Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar, comemorando um semestre na lista dos mais vendidos no país”.

Recuemos mais ainda: a primeira relação brasileira dos livros mais vendidos, publicada em 1978, apresentava um romance de Érico Veríssimo – Incidente em Antares –, o estudo A Hegemonia dos Estados Unidos, de Celso Furtado, e um ensaio do americano Alvin Toffler (alguém se lembra do futurólogo?) como campeão de vendas: O Choque do Futuro. Consultando-se a relação, nos meses subsequente, Érico comparece com o primeiro volume de sua autobiografia – Solo de Clarineta – e o cinematográfico O Exorcista, de William P. Blatty, aparece nas primeiras posições entre os estrangeiros, numa altura em que a revista separava obras nacionais e de fora (embora misturasse ficção com não-ficção).

No ano “glorioso” de 1981 – da matéria na VEJA – o leitor brasuca havia levado ao primeiríssimo lugar (ao longo de cinco meses) o já citado e excelente Memórias de Adriano, e, em seguida, estava lendo Sempreviva – romance do bom Antonio Callado – e se mostrava também influenciado pelo cinema, ao guindar O Beijo da Mulher-Aranha, de Manuel Puig, às posições de topo nas quais O Exorcista já fizera ecoar aqui a tendência observada pelo também roteirista Vidal. Na lista memorável, vinha, em seguida, um livro mais ou menos (Um Homem, de Oriana Fallaci, com alguma qualidade pelo menos do “novo jornalismo” etc), e O Livro dos Seres Imaginários, de Jorge Luis Borges, na quarta e quinta posições, respectivamente, sendo o argentino um freqüentador ocasional do topo da relação, no tempo daquele país ainda civilizado, literariamente, que foi, até pouco tempo, o Brasil que, em 1981, se mostrava surpreendente mesmo era na “sexta posição” (a confiar na VEJA etc) de agosto daquele ano: senhores e senhoras, brasileiras e brasileiras, nordestinos e sudestinos, o nosso Pindorama estava lendo – com cinco mil exemplares vendidos em um mês – nada mais nada menos que Poesia, de T. S. Eliot!

Poeta considerado difícil e requintado, Eliot tivera a primeira edição de uma antologia da Nova Fronteira esgotada no primeiro mês do lançamento no segundo semestre do ano da graça de 1981, o tal cuja dos “livros mais vendidos” prosseguia com a sétima posição ocupada por uma obra do excelente Julio Cortázar – Alguém que Anda por aí –, seguida sabem do quê? Outra surpresa: dos sete volumes de Em Busca do Tempo Perdido, a obra-prima de Marcel Proust, esgotada em dois meses, enquanto 190.000 exemplares de Os Irmãos Karamázov, de Dostoievski, haviam sido vendidos em bancas de revista, na coleção “Gênios da Literatura”, selecionada com notável apuro.

É tudo verdade, como diria Orson Welles. (Ou, pelo menos, é a verdade de VEJA, vejam bem).
O que deu errado?

Menos de trinta anos depois, na selva atual, você vai e confere que estamos patinando, nas listas, no mangue pantanoso dos Paulos Coelhos, ou esforçamo-nos para alcançar as 100 Escovadas Antes de Ir para a Cama (Melissa Panarello), queremos saber Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor? (Allan e Barbara Pease), se Tudo Valeu a Pena (Zibia Gasparetto) para o Homem-Cobra e a Mulher-Polvo (Içami Tiba) e também Quem Mexeu no Meu Queijo? – pergunta transcendental do título da obra de Spencer Johnson (seja lá quem for).

Harry Potter e a pedra filosofal já alcançou a marca dos 110 milhões de exemplares vendidos, e é o décimo colocado entre na lista das maiores vendagens de livros de todos os tempos da semana passada – logo depois do Livro dos Mórmons e de outros campeões como o Dom Quixote, de Cervantes, o Livro de Pensamentos de Mao, o Alcorão e a Bíblia Sagrada, o super-campeão, com a assinatura do autor mais lido de todos os tempos: Deus (embora Paul Rabbit pretenda desbancá-Lo do ranking, em mais alguns anos, mas isso é outra história).
Nestes tempos de pouca fé, as pessoas procuram livros que lhes fortaleçam a crença mais em si próprias do que no Autor de longas barbas. Atendendo a isso, Os segredos da mente milionária, de T. Harv Eker logrou ocupar a terceira posição, durante meses, nas listas profundamente mudadas de um mundo em que tudo vale a pena, Lya, se a alma for pequena, Transformando o Suor em Ouro, segundo o também escritor Bernardinho. Sim, estão transformando suor – e outras matérias secretadas pelo nosso corpo – em ouro, nas livrarias atulhadas de “auto-ajuda”.
Você tem centenas de opções, incluindo os livros da já mencionada Luft, além de Como se tornar um líder servidor, de James Hunter, A lei da atração, de Michael Loster, Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?, de Allan Pease, Quem mexeu no meu queijo?, de Spencer Johnson, A estratégia do oceano azul – como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante, de W. Chan Kim e Renée Mauborene, Desvendando os segredos da linguagem corporal, de Allan Pease e Barbara Pease, Pai rico, pai pobre, de Robert T. Kiyosaki, Aprender a viver, de Luc Ferry, Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes, de Stephen R. Covey, A ciranda das mulheres sábias e Mulheres que correm com os lobos, ambos de Clarissa Pinkola Estes, As 48 leis do poder, de Robert Greene, Dinheiro: os segredos de quem tem, de Gustav Petrasunas Cerbasi, A física da alma, de Amit Goswami (um detalhe: os escritores de auto-ajuda, brasileiros e estrangeiros, parecem gostar de nomes estranhos; Lya Luft não é tão simples como Maria da Silva, mas é certamente superado por T. Harv Eker, W. Chan Kim, C. Pinkola Estes, G. Petrasuna Cerbasi, Amit Goswami e outras excentricidades talvez escolhidas para fazer supor que a “ajuda” está vindo de extra-terrestres disfarçados de autores humanóides)...

Continuando: há outros títulos, nas listas, que revelam a presença maciça do gênero que fez a fortuna de Lair Ribeiro (que, por sinal, desapareceu das últimas listagens). Não posso deixar de ser citado Freakonomics: o lado oculto e inesperado de tudo que nos cerca, de Sthepen Dubner (outro nome duvidoso) e Steven Levitt, além do encolhido O gerente minuto, saído da cachola de certo Kenneth H. Blanchard. Seu conterrâneo Jack Welch – que tem nome de boxeador de Los Angeles – comparece nas listas com Paixão por vencer, na linha da Lya de Perdas e ganhos (será que ela seguiu na trilha da autora de Perdas necessárias, de Judith Viorst, também nas listas das mais vendidas, literalmente?). E três sujeitos batizados com os nomes de Bruce Patton, William L. Ury e Roger Fish, se juntaram para escrever Como chegar do sim à negociação de acordos sem concessões, também muito bem vendido, sempre segundo as listas das revistas.

No topo delas, algo de qualidade inequívoca como Adriano da Yourcenar foi substituído pela obra campeã do indefectível Khaled Hosseini, O caçador de pipas, imediatamente seguida por A cidade do sol escrito às pressas, pelo mesmo Khaled, para aproveitar a “onda” de Irã, Afeganistão, Iraque, Paquistão e outros países que estão na moda literária, sejam em termos de ficção ou de “reportagem”. De Bagdá, com muito amor, de Jay Kopelman e Melinda Roth e O livreiro de Cabul, de Arne Seirstad (ao qual se seguiu o autobiográfico Eu sou o livreiro de Cabul, de Shah Muhammad Rais, personagem real de O livreiro), apareceram, inde-fecal-tivelmente, com as suas comerciais abordagens de antigas culturas que pelo menos a jovem Arne nunca teve o interesse de estudar à sério.

O que deu errado? A pergunta está lançada para o debate da I Bienal da Floresta do Livro e da Leitura.
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Uma silenciosa revolução na floresta

Luiz Ruffato

O que me espera numa cidade situada a 3,5 mil quilômetros de São Paulo, em plena Amazônia? Esta a pergunta que me fazia, sentado no saguão de embarque de Congonhas, enquanto aguardava o vôo que me levaria a Brasília e de lá a Rio Branco, no Acre, um estado do extremo oeste do Brasil, para participar da I Bienal da Floresta do Livro e da Leitura. Após uma longa e cansativa viagem, finalmente desci no pequeno aeroporto, alta madrugada, e o carro que me levou ao hotel deslizou suave pela estrada deserta, como se temesse incomodar os moradores.

E a manhã seguinte se me abriu em surpresas. Caminhei por uma cidade, de 300 mil habitantes, de ruas limpas e tráfego organizado, de calçadas despidas de mendigos ou meninos pedintes, nem camelôs, nem prostitutas – triste espetáculo que, infelizmente, se tornou paisagem comum nas grandes metrópoles brasileiras. O sol iluminava a Praça da Revolução, onde vários quiosques exibiam livros, avidamente manuseados por jovens. Numa esquina, imponente, ergue- se a Biblioteca Pública do Acre, um edifício moderno que se integra perfeitamente ao conjunto de bem conservados prédios surgidos nas primeiras décadas do Século XX. Inaugurada em dezembro do ano passado, a biblioteca conta com um auditório para 120 pessoas, uma filmoteca, computadores com acesso livre à internet e um acervo de 42 mil títulos – sendo que, este ano, foi destinado R$ um milhão (USD 507,1 milhares) para a compra de novos livros.

Se a facilitação do acesso à cultura se limitasse a essa biblioteca, já poderíamos talvez nos dar por satisfeitos. Mas não: existem ainda mais de 100 pontos de leitura espalhados por todo o estado, pequenas bibliotecas que se tornam centros de convivência cotidiana (é bom lembrar que, embora possua pouco mais de 152 mil quilômetros quadrados, o Acre tem uma população pequena, cerca de 700 mil habitantes distribuídos em 22 municípios). Além disso, há em Rio Branco uma outra biblioteca, dedicada exclusivamente a questões ligadas ao meio-ambiente – tema, aliás, no qual o estado vem se destacando, ao defender a exploração da floresta com equilíbrio e harmonia.

No quesito educação, irmão gêmeo e indissociável da cultura, também a surpresa. O Acre tem hoje o maior salário inicial para um professor de todo o país, R$ 1,6 mil (USD 811) para um regime de trabalho de 30 horas semanais, sendo 16 dedicadas à sala de aula. Só para se ter uma idéia, o mesmo valor em São Paulo, o estado mais rico da federação, é 40% menor... E as instalações físicas das escolas são bastante adequadas – ambientes limpos, organizados, confortáveis, o que, como qualquer educador sabe, é essencial para o bom desempenho dos alunos.

Raras vezes me deparei no Brasil com um Poder Público realmente empenhado em disponibilizar aos cidadãos o acesso direto e concreto à cultura e à educação de qualidades. Talvez somente tenha observado algo semelhante na parceria entre a universidade e a prefeitura de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, onde há mais de 25 anos ocorre uma já tradicionalíssima Jornada Literária.
No caso do Acre, a mudança adveio após o martírio do líder seringueiro Chico Mendes e da atuação heróica e visionária de Marina Silva. Os novos administradores apostaram na mudança de sentido na condução da coisa pública, e, após quase um século de dominação de uma elite totalmente desvinculada dos anseios da população, promoveram uma radical opção pela educação, a cultura e o lazer. Com isso, no meio da floresta, estamos assistindo a uma verdadeira revolução, mas uma revolução silenciosa, bem diferente daquela bufonaria de certos líderes latino-americanos, que parecem saídos das páginas dos escritores que traçaram a caricatura dos ditadores das repúblicas bananeiras, mais afeitos aos discursos vazios e às atitudes ridículas, mas midiáticas, que a efetivas mudanças. A lição que fica: quando queremos, podemos mudar o mundo que nos cerca.

Crônica de Luiz Ruffato, publicada na Revista ÁFRICA 21, n. 31, 16/07/ 2009.

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Não abrace táxi, junte com cambito

RIO BRANCO - Se alguém pedir: por favor, pode me destentar este cheque, e você souber que o sujeito é farinha de cruzeiro, destente. Se tiver dinheiro, tudo bem, é tarefa que você pode realizar sem abraçar táxi. Vai ser como juntar com cambito. E se avistar um homem usando bosoroca não estranhe, ele é homem mesmo. Ao ouvir cuida menina, não se preocupe. Agora, saindo por ai, cuidado com as peremas. Grande e vasto é o Brasil, digo sempre, sem medo do clichê. Porque é mesmo.

Felizmente, viajar por causa da literatura tem me ajudado a conhecer o país e, principalmente, descobrir as múltiplas variações de nossa língua. Vou incorporando aos meus caderninhos os vocabulários locais, além de trazer dicionários regionais. Destentar é descontar. Abraçar táxi é trabalho difícil (diga tachi e não táxi), é sofrer. Bosoroca é uma bolsinha onde se carregam cartuchos. Cuida menina significa se apresse! Farinha de cruzeiro é gente boa, confiável, enquanto juntar com cambito é coisa fácil de fazer. Peremas são mulheres dadas, oferecidas, assanhadas e até mais do que isso.

Aos dicionários de gauchês e e de pernambucanês, já acrescentei o baianês e o cearês. Agora tenho o acreano, do Gilberto Braga de Mello, delicioso. Gilberto, como todo acreano, firma pé. Apesar da reforma ortográfica, os acreanos, com E, se recusam a se tornar acrianos, com I. Que se mantenha o E, clamam, indignados. Ouçamos, minha gente, essas vozes distantes, elas não estão separadas do Brasil.

Eu tinha saído de minha palestra no auditório da Filmoteca que está acoplada a Biblioteca Estadual, uma preciosidade encravada no centro de Rio Branco, a capital. Um edifício moderno, funcional, com grandes janelas, muita luz, internet com acesso grátis, chão sofisticado com ladrilhos hidráulicos, originais, vindos do antigo prédio que havia no lugar. Uma das mais belas bibliotecas que vi no Brasil, opinião compartilhada por um especialista de gabarito, José Castilho Marques Neto, que comanda o Plano Nacional do Livro e Leitura e, encantado, não se cansou de fotografar tudo. Os acreanos (com E) estão dando uma lição ao Brasil em matéria de biblioteca.

A biblioteca fica de frente da praça onde aconteceu a primeira Bienal da Floresta do Livro e da Leitura, nome poético, para um evento ocorrido em 35 stands de livrarias e editoras, alem do uso de auditórios por toda a cidade. A idéia da Bienal foi do jovem governador Binho Marques que convidou Pedro Vicente Costa Sobrinho, mestre que leciona sociologia rural , e Helena Carloni, que dirige a bela (repito) biblioteca. Juntou-se a eles Daniel Zen, presidente da Fundação Cultural. E tudo aconteceu.

O homenageado foi uma figura singular e sempre bem-humorada, o contador de histórias e artista plástico Francisco Gregório Filho, cuja figura lembra um patriarca com sua barba branca e magreza de um asceta. Um homem que há meio século batalha pela cultura acreana, tendo sido várias vezes presidente da Fundação Cultural do Estado. Acreanos são Chico Mendes, Marina Silva, Armando Nogueira, João Donato, Glória Peres. Cerca de 40 escritores agitaram a semana, entre eles Luiz Ruffato, Marcus Acioly, Marcio de Souza, Fernando Monteiro, Luiz Galdino, Nelson Patriota, Jorge Tufic, Fabio Lucas, Homero Fonseca, Jomard Muniz de Britto, Alexei Bueno, Gilberto Mendonça Telles. Tudo bancado pelo governo. Clodomir Monteiro, presidente da Academia Acreana de Letras, nomeou a Fabio Lucas e a mim membros correspondentes da AAL. Somos de lá e somos de cá. Academias se abrem umas as outras.

Um céu turquesa estendia-se avassalador sobre nós, à beira do rio Acre, enquanto cervejas geladas e empadas imensas chegavam neste bar do Mercado Velho, construído em 1929, e recém restaurado. Para um lado, as águas seguem em direção ao rio Purus, que penetra no Peru. Pelo outro, vão em direção à Bolívia, marcando fronteira em longa extensão. O poeta Naylor George, apaixonado pela sua cidade, conhecedor de cada canto, cada prédio, cada rua, cicerone dedicado, me diz que daqui é mais fácil chegar ao Machu Pichu que a São Paulo. Aqui estamos mais próximos dos Incas e Maias, se quisermos nos exceder na imaginação.

No rio, lá embaixo, catraias navegavam de uma margem à outra. Custa 50 centavos a travessia. Foi lembrado o tempo em que havia dois cinemas na cidade, um no Primeiro, outro no Segundo distrito. Um dos ricos, um dos pobres. Em Rio Brando pode-se dizer que, como em Paris, há rive gauche e rive droite. O filme era o mesmo nos dois cinemas, as sessões começavam com diferença de horários. Assim, terminado o primeiro rolo em um, o catraieiro Goiaba, figura popular, agarrava a lata e corria, atravessava o rio, no braço, a remo, entregava no cinema. A sessão inteira era ir e vir. Dias de enchente, águas revoltas, sofria o pobre Goiaba. Dizem que ele nunca trocou um rolo.
Depois de visitar o mercado de verduras e frutas (que nada tem a ver com o mercado antigo, tombado), onde pode-se comprar a banana comprida (cada uma tem entre 30 e 40 centimetros), a farinha de mandioca amarela, a pimenta ou castanhas do Pará preparadas artesanalmente, saborosas, atravesse para o Segundo Distrito e percorra as casas e lojas restauradas que pertenceram aos primeiros comerciantes na fundação da cidade, os sírios libaneses. Caminhe pelo calçadão à beira rio cheio de bancas de flores amazônicas, entre elas o Uirapuru e a Caatinga de mulata e de mangueiras centenários tombadas pelo Patrimônio.
Aqui nos idos 900 ancoravam os batelões e as chatas que traziam mercadorias da Europa para os ricos (as mulheres usavam vestidos com alças de ouro), que freqüentavam o fechadíssimo, Tentamen, clube da elite, restaurado em todo seu esplendor e hoje é alugado para festas e eventos. Ainda existem exemplares gigantes do Apui, cuja seiva os índios usavam para colar ossos fraturados. Vá até a gameleira imensa onde a cidade se iniciou. Diante do rio, o bar do Grassil Roque com um caldinho de feijão fervente de rachar a lingua. Ao lado, na Varanda do Porto, do Telmo, bebe-se cerveja em mesas quase no espaço sobre o rio Acre.

Em frente, uma das dezenas de Casas de Leitura (com centenas de poesias pregadas nas portas e paredes) que a cidade possui, que acolhe principalmente crianças. Além dessas casas, pelos parques espalham-se os Quiosques com bibliotecas que o povo utiliza a granel nos finais de semanas, feriados, fins de tarde. Admirado com a noite fresca? São os ventos que vêm da Cordlheira dos Andes.