17/05/2014

JG: OPINÕES QUE O TEMPO CONSAGROU



"O autêntico poeta do povo do Brasil, 'o poeta das massas, como judiciosamente assinalou Carlos Drummond de Andrade, é um jovem  professor no Rio de Janeiro: J. G. de Araujo Jorge. É hoje comum em certos círculos literários da Europa falar-se no poeta chileno Pablo Neruda. De idêntico valor como intérprete do ardente coração latino americano, da pobreza de sua gente, do sentimento e da beleza desse continente, é também J. G. de Araujo Jorge.
Há de chegar o dia, estou certo, em que em todas as antologias de poemas sobre a liberdade, em todas as antologias dos povos livres, serão incluídos os críticos deste profundo e empolgante poeta".

- STEFAN BACIU
Arbeiter-Zeitung, Suíça, 13/8/49


"Araujo Jorge, na forma e no conteúdo é um poeta eminentemente popular e revolucionário. O Canto da terra foi lançado em pleno regime de terror, como um desafio de inteligência livre quando a imprensa se achava amordaçada, e a polícia ameaçadora toda-poderosa rondava as casas dos inimigos da ditadura. Pela força e pelo fulgor, a poesia de Araujo Jorge pode se comparar à de Pablo Neruda, chegando mesmo a superá-la em muitos aspectos."

- EDMUNDO MONIZ,
1943 (Revista Vamos Ler)


"Estrela da Terra eleva J. G. de Araujo Jorge à galeria de Whitman e de Neruda, como Cântico do homem prisioneiro e O Canto da terra o situaram no plano de Castro Alves."

LUCÍLIO DE CASTRO,
O Globo, 21/1/45


"Quem por ventura convive com J. G. de Araujo Jorge não pode deixar de apreciar sua atitude olímpica diante da vida. É ele, na verdade, um apóstolo da Poesia. O verso é para ele uma mensagem para o povo. Detesta o hermetismo. Ama a multidão. Abomina o mistério. Idolatra o entendimento comum de todas as almas".

- JOAQUIM RIBEIRO, 1943
(Prefácio de Meus Sonetos de Amor)


"Como se trouxesse água na mão para a boca sedenta e empoeirada, assim nos chega esta Mensagem de J. G. de Araujo Jorge, o mais popular de nossos poetas, o poeta das massas, de maior projeção no Brasil, conforme (apud, citação de Franklin de Sales, na Folha de Minas de 29 de maio de 1943) já tivera a oportunidade de dizer Carlos Drummond de Andrade".

- MOACYR FELIX
Apresentação do livro Mensagem


"Se uma miopia estética me impedisse de reconhecer poesia nos versos de J. G. de Araujo Jorge, haveria o fator claro e indiscutível que mo apontaria como legítimo poeta: não lhe perdoam o inegável sucesso, e, a todo instante, procuram morder-lhe o renome com os dentes compridos e verdes de inveja."

RENATO HOMEM
Carioca, 12/9/42

> Fonte: www.jgaraujo.com.br

16/05/2014

Entrevista concedida por J.G. de Araújo Jorge a Carlos Camargo, na sucursal e “Manchete”, em Porto Alegre, 1969.

Ele nasceu na vila de Tarauacá, antigo Território do Acre num dia 20 de maio de 1914, há vários anos passados. "Os anos passados, são aulas aprendidas" diz o poeta, que é professor, no Colégio Pedro II. Suas fãs, milhares e milhares, se contradizem: umas acham-no com um "que" atraente; outras afirmam, "beleza não é tudo" E são estas que dizem: "O que ele tem de belo no exterior, esconde (olhos azuis atrás de óculos escuros). Mas todas são unânimes e agradecidas a ele pois, tudo o que de belo tem, no interior, exterioriza através de suas poesias.

Ele é J.G. de Araujo Jorge, o único poeta brasileiro que já vendeu mais de um milhão de livros. E talvez, o menos divulgado de todos. Seus leitores se encarregam disso e também da parte de relações públicas, e elas (as obras de JG pertencem, com um egoísmo impressionante, às fãs) são excelentes, nesse trabalho.

E à elas, dedicamos este questionário, que foi respondido pelo "poeta do amor eterno", e preenchido em nossa sucursal de Porto alegre onde ele veio para o lançamento dos "Jogos Florais" gaúchos:

Quinze respostas de JG
P- Que acha da poesia em si?

R- A poesia é a vida acontecendo no poeta. Afinal o que é o poético senão o poeta? A vida é apenas barro. Tu serás ou não, Deus.

P- O que acha do amor?

R- É a capacidade de "ser". O homem ama amplamente, e de modo multiforme. Sem amor não se "é". Ama-se ao próximo como preconizava Cristo há quase dois mil anos: para se somar o mundo. Ama-se "a próxima ..." para a multiplicação...

P- Onde busca sua inspiração? Escreve sempre?

R- Não busco. Ela me encontra. Está na vida. Passo meses, anos, sem escrever uma linha. Escrevo um livro, em poucos dias. Acontece.

P- Qual seu meio preferido de distração?

R- Olhar. Há muita gente que tem apenas olhos para ver. A capacidade de se ter, "olhos de olhar" a vida, recolhendo dela tudo o que nos pode oferecer é mais empolgante.... e o mais barato de todos os divertimentos.

P- Qual o maior poeta nacional?

R- Os poetas são como instrumentos. Não posso dizer entre um violinista, um pianista, um saxofonista, qual o maior. Cada um é grande no seu instrumento. Citarei poetas de minha predileção: Moacyr de Almeida, Raul de Leoni, Augusto dos anjos, para falar dos que já partiram, mas continuam com a gente, apenas com a sua poesia.

P- Qual a melhor poesia que já escreveu?

R- Difícil. As poesias vão marcando "momentos" de minha vida, como os livros fixam "etapas". Cada uma delas representa, portanto, algo de particular. Mas dá-se o fato curioso: às vezes as poesias de que mais gosto não são as de que gostam mais meus leitores. Eles, ou elas, por exemplo, preferem as minhas poesias líricas: eu prefiro as sociais, e até as políticas.

P- Qual o tipo de mulher que mais lhe agrada?

R- A que me compreende. Só a compreensão liga realmente um homem a uma mulher. O resto é efêmero. Mas como me pergunta a maior qualidade na mulher para me atrair, eu responderia: a sua feminilidade, a sua ternura, a sua capacidade de dar-se.

P- Qual a diferença do romantismo do passado e o da atualidade?

R- Costumo dizer que o romantismo não foi apenas uma escola literária, mas um estudo de espírito que independe de escolas. Os modernos são também românticos, apenas o romantismo do nosso tempo se apresenta com características diversas do romantismo do Século XIX, o chamado "mal do século". O romantismo do homem de nossos dias é um romantismo sensorial, que tem raízes profundas na realidade.

P- A conquista do espaço fez decair o valor dos termos poéticos referentes à Lua, estrelas, etc?

R- Ainda não. Quem sabe lá daqui a alguns anos? Escrevi certa vez que a minha poesia "era como aquela face da Lua que ninguém vê, voltada sempre para o infinito." E hoje, russos e americanos já conseguiram fotografar a outra face da Lua... Evidentemente terei de mudar a minha poesia para outro planeta, ou satélite, mais inacessível...

P- Existe amor platônico?

R- Deve haver: o dos idealistas, o dos frustrados ou doentes. Mas o amor é como a poesia, ou como a flor, - por mais belo que seja, ou por isso mesmo, precisa da seiva que vem do chão, do trabalho das raízes.

P- Acredita no amor à primeira vista?

R- Não. Acredito em simpatia. O amor exige tempo para definir-se, plasmar-se. O amor não nasce amor, como da semente não nasce a flor.

P- Com que idade escreveu suas primeiras poesias?

R- Com 12 anos mais ou menos. Meu primeiro livro (Meu Céu Interior,1934) é uma coletânea de poemas escritos entre 14 e 17 anos. Escrevi minha primeira poesia na mesma época em que era o capitão do "time" campeão de futebol do Colégio Pedro II, onde estudei.

P- O que mais lhe agrada na vida?

R- A vida. Nada há de mais extraordinário. Veja o que disse, neste final de soneto:

"Podes tudo pensar, tudo criares
em histórias e cantos singulares,
o que o sonho não pode, a alma não deve,

e ainda assim hás de ver que não és louco,
que tudo que pensaste é nada e é pouco,
ante o que a própria vida ensina e escreve!"

P- Que escrito dedicaria à Valentina a astronauta russa, primeira mulher a devassar os espaços?

R- "Tu que não crês em Deus
mas que O olhaste de perto, em teus olhos
traze para os homens a sua muda mensagem
ainda incompreendida."


Nota: esta entrevista encontra-se publicada no site oficial de J.G. de Araújo Jorge, de onde retiramos.

15/05/2014

O CENTENÁRIO DE J.G. DE ARAÚJO JORGE

Dia 20 de maio de 1914, na então Vila Seabra, às 23:30 h, nascia José Guilherme de Araújo Jorge, o filho primogênito do então juiz municipal Salvador Augusto de Araújo Jorge e Zilda Tinoco, aquele natural de Alagoas, esta do Rio de Janeiro. Em comemoração ao centenário de nascimento do poeta, a Academia Acreana de Letras prepara uma série de atividades que envolverão a cidade em que JG nasceu, Tarauacá, e a cidade onde fez os primeiros estudos, a capital, Rio Branco.

Na Academia Acreana de Letras JG é fundador da Cadeira Nº 24, onde ingressou em Assembleia realizada no Rio de Janeiro, e registrada oficialmente em Ata da Assembleia de reorganização do Sodalício realizada em Rio Branco no dia 26 de dezembro de 1943, tendo Olinda Batista Assmar como sucessora atual, e como patrono, o poeta baiano, autor da letra do hino acreano, Francisco Mangabeira.

As homenagens a JG envolverão declamações de poema nos mais variados meios de comunicação, divulgação da obra do poeta ao público acreano, visita às escolas, entre outras atividades, que estão sendo definidas por ambas as comissões (Tarauacá e Rio Branco) organizadoras do evento.

PRESIDENTE DA ACADEMIA ACREANA DE LETRAS PREPARA O CENTENÁRIO DE J. G. DE ARAÚJO EM TARAUACÁ

Reginaldo Palazzo
Da esquerda para a direita - Clodomir Monteiro, Palazzo e Claudemir Mesquita
O Presidente da Academia Acreana de Letras, o Sr. Clodomir Monteiro da Silva, juntamente com o Tesoureiro, o Sr. Claudemir Mesquita, estiveram em Tarauacá na última sexta-feira para tratar do centenário em homenagem a José Guilherme de Araújo Jorge, ou J. G. de Araújo como era mais conhecido uma das maiores personalidades tarauacaense reconhecidamente a nível nacional.

Um tanto quanto desconhecido em sua terra natal, era de uma cultura e pluralidade tanto na arte da escrita quanto na arte da política.

Na ocasião veio convidar a Professora Núbia Wanderley, poetisa e outros escritores da terra de J. G. de Araújo como, por exemplo, o Professor Freitas para a solenidade do centenário.

Quem foi J. G. de Araújo?

J. G. de Araújo Jorge
J. G. de Araújo nasceu em 20 de maio de 1914, na então Vila Tarauacá. Após passagem na infância por Rio Branco ainda no Acre, foi fundador e presidente da Academia de Letras do Internato Pedro II, no velho casarão de São Cristovão no Rio de Janeiro, isso na época em que colégio público tinha seu valor. Foi também locutor e redator de programas de rádio, atuando inclusive na Rádio Nacional, o que equivale hoje em dia a trabalhar na Rede Globo. Em 1965, era professor de História e Literatura, do Colégio Pedro II.
Politicamente chegou a ser Deputado pelo extinto Estado da Guanabara.

Foi conhecido como o Poeta do Povo e da Mocidade, pela sua mensagem social e política e por sua obra lírica e impregnada de romantismo moderno.

Foi um dos poetas mais lidos, e talvez por isto mesmo, o mais combatido do Brasil. J. G. de Araújo faleceu em 27 de Janeiro de 1987.

Mais informações sobre J. G. de Araújo clique aqui.

19/04/2014

EDITAL DE CONVOCAÇÃO


ACADEMIA ACREANA DE LETRAS

Edital de Convocação

O Presidente da Academia Acreana de Letras (AAL), no uso de suas atribuições, CONVOCA os membros efetivos para participarem da Assembleia Geral, a realizar-se dia 26 de dezembro de 2013, às 17 h, e em segunda convocação, com qualquer quorum, às 17:20 h, no Auditório da Casa  da Cultura, à Rua Pernambuco n° 1026, Bairro Bosque, nesta  cidade, para deliberar sobre  prorrogação  do mandato  desta diretoria por  90 dias para concluir o projeto  FEM em andamento.


Rio Branco, 13 de dezembro de 2013

CLODOMIR MONTEIRO DA SILVA
Presidente da AAL

10/07/2013

VIDA HOMENAGEM VIVA

O Presidente da Academia Acreana de Letras, confirma a convocação deste Sodalício, para participar hoje, dia 10.07.2013, às 17 horas, no auditório da Assembleia Legislativa do Acre, da Sessão Solene, com Panegíricos, dedicada aos Confrades Francisco Thaumaturgo e Manoel Mesquita, convidando para o mesmo ato os familiares, amigos e conhecidos dos homenageados que, para sempre, continuarão honrando este Silogeu e à arte literária da vida.

Fraternalmente,


Clodomir Monteiro da Silva
Presidente da AAL



Rio Branco, 10 de julho de 2013

DISCURSO DE FRANCISCO THAUMATURGO

V. EXCIA. É UM AUTÊNTICO ACREANO[1]


“Fazemos votos que o vosso governo gere a paz para que possa haver trabalho e com este, possa gerar recursos tão necessários ao bem estar do povo. Aceitai, Exmo. Sr Jorge Kalume, as homenagens da oposição.”

Estas foram as palavras finais da oração pronunciada pelo deputado Francisco Thaumaturgo, em nome da bancada do Movimento Democrático Brasileiro, por ocasião da posse do deputado federal Jorge Kalume, no cargo de Governador do Acre, em sessão solene realizada na Assembleia Legislativa. O discurso proferido pelo deputado Francisco Thaumaturgo obteve grande repercussão nos meios políticos, dada a sobriedade e pontos de vista expendidos pelo orador.

A oposição representada pelos deputados que integram a bancada do MDB, com assento na Assembleia Legislativa, comparece hoje a essa casa para assistir a posse de V. Excia. no cargo de governador eleito pelo voto indireto.

Talvez nosso gesto sugira aos menos avisados, comentários os mais divergentes uma vez que a esta casa não nos fizemos presentes quando da realização da sessão, na qual procedeu-se a eleição cujo resultado, embora sabido de antemão, proclamou o nome de V. Excia. como eleito.

Segundo nosso entender, um caso difere fundamentalmente do outro, embora interligados. Naquela ocasião, cumprimos instruções da direção nacional de nossa organização partidária, com a qual concordamos por motivos vários.

O MDB, determinando o não comparecimento das bancadas estaduais às Assembleias, no pleito indireto, para a escolha dos governadores, cumpria missão histórica, erguendo na oportunidade e daquela forma, seu protesto ao expediente de afastar-se o povo da manifestação nas urnas para a escolha dos seus governantes.

Quanto a nós, regionalmente, essa essência daria ensejo que se a eleição se processasse à vontade, com a participação de um só bloco partidário, sem que criássemos quaisquer óbices, uma vez que o candidato era um “autêntico Acreano”.

Com esse gesto estávamos aceitando uma situação de fato, tomando por norma aquele velho conceito de que “a política é muitas vezes a arte de escolher entre o mau e o sofrível”.

No atual sistema político partidário instaurado em nossa Pátria, foi o próprio governo de após revolução, que nos garantiu o direito de existir como organização partidária, e estribados neste direito, é que aqui estamos, presentes à posse de V. Excia., em reverência a vosso nascimento e com o intuito de fixar nossa posição política, frente ao governo que se instala.

Somos pois, oposição, dentro do esquema político do Estado, mas queremos deixar bem claro que levamos muito em conta, que V. Excia. é, repito, um autêntico acreano, assim sendo, merece tratamento  diferente do que vinha acontecendo.

Saúdo pois V. Excia. em nome do Movimento Democrático Brasileiro, em nome dos meus companheiros de bancada, pela investidura hoje nesta casa, no cargo de Governador do Estado do Acre e do seu povo. Para ser franco, sinto-me desencorajado para felicitá-lo por este acontecimento. A esta hora já V. Excia. tem conhecimento da herança que lhe põem nas mãos e a tremenda responsabilidade que vai lhe pesar  sobre os ombros.

Peço a Deus que V. Excia. tenha as forças necessárias para encontrar o caminho certo para levar o Acre aos seus reais destinos.  Não “em termos de milagres, mas fazendo aquilo que represente o sonho dos acreanos, isto é, realizando o indispensável para que se restaure, para sempre, na alma do povo, a confiança nos seus governantes”.

Propositalmente parodiei trecho da carta que V. Excia. dirigiu ao ilustre deputado Omar Sabino de Paula, publicada no jornal O IMPARCIAL, que se edita nesta capital, cujos conceitos ali emitidos, calaram bem em nossas almas. Especialmente quando manda escoimar da programação da posse “qualquer homenagem que significassem gasto e ostentação no  propósito de ver cumprido tal determinação”.

Afirmou ainda “não posso e nem devo permitir finas iguarias dos bons banquetes, quando sei que em milhares de honrados lares, tenras criancinhas e  desalentados pais, sofrem as maiores privações”.

Esperamos que um profundo sentimento de humanismo tenha ditado aquelas palavras e que tal disposição seja constante no vosso governo, pois se assim o for, já de antemão  pode V. Excia. contar com nossa contribuição, dentro das possibilidades de uma  oposição construtiva e bem intencionada. Que sempre gozou nossos atos no panorama político administrativo do Estado. Estaremos sempre dispostos a apoiar tudo que V. Excia. desejar fazer, em que esteja em jogo os altos interesses do Estado e as urgentes e necessárias medidas que visem melhorar a situação do povo acreano.

Tem V. Excia. uma urgente e imediata tarefa! A de realizar o governo ao povo que se encontra dissociado. Não impondo à força uma ordem irrefletida e falha, e sim, uma ordem “que se reflita na natureza do nosso povo e sempre com o elevado intuito de reconciliar todo mundo dentro da comunidade”.

V. Excia. deste momento em diante, é o chefe do Poder Executivo. Autoridade máxima do Estado, com funções elevadíssimas de coordenador, também, das funções administrativas e representativas. Podendo, portanto,  promover e orientar a política legislativa. V. Excia. pois, é quem vai ditar o comportamento na Assembleia Legislativa. Assim, aguardaremos tranquilos os dias que vêm,  para então modificar ou não esse nosso comportamento.

Não querendo mais alongar minhas palavras, renovo a V. Excia. nossas saudações ao novo Governador do Acre, fazendo votos que vosso Governo gere paz para que possa haver trabalho e com este, se possa gerar recursos tão necessários ao bem-estar do povo.

Aceitai, Exmº. Sr. Jorge Kalume, as homenagens da Oposição.


[1]Pesquisa e digitação de Clodomir Monteiro. Transcrição na íntegra do discurso  do Deputado Francisco Thaumaturgo, por ocasião da posse de Jorge Kalume como governador do Acre. Com chamada de  primeira página, e na integra à pagina 2 do Jornal O IMPARCIAL, do dia 24.9.1966, Nº 07, em Rio Branco. Semanário, Editor Secretário, José Chalub Leite,  Diretor Responsável, Ubirajara Omena.

01/07/2013

HOMENAGEM PÓSTUMA E IMORTALIDADE

A arte do amor, da justiça e da verdade são as tintas com as quais cada ser humano escreve seus melhores trabalhos espirituais no humano, e o humano no espiritual.

Clodomir Monteiro
Presidente da Academia Acreana de Letras
28.06.2013

A celebração com panegíricos aos confrades e confreiras da Academia Acreana de Letras, com residências transferidas para outro endereço, com certeza inefável em paraíso não perdido, é conhecida como Homenagem Póstuma, geralmente aplicável por outros sodalícios. Guarda relações comuns às de várias associações públicas e privadas, e, contudo, oferece uma característica especial, especificamente, no que a torna fascinante e desejada: a imortalidade.

Mas como falar em homenagem póstuma a imortais. Homenagem Póstuma para dar plausibilidade à vida sem sentido se finita aqui, no cotidiano. Nela recordamos do homenageado suas qualidades éticas, morais e espirituais explícitas, indiscutíveis ou presumíveis, que dependendo da dimensão social, quanto ao impacto do tempo, fisicamente vivido na manutenção ou modificação do mundo que o precedera.

Póstuma por repercutir apenas após a contemporânea e passada existência, ela, não necessariamente anuncia ou postula sua continuidade. É só um registro, deferência, ou prova de que a jornada do homenageado vai ficar congelada por alguma breve fração de tempo, num futuro deverá ser retomada. A postumidade ou posteridade das obras do deferenciado, no caso do silogeu, não terminou, rigorosamente, pois quem homenageia jamais o retirará de seus registros e história. A homenagem no caso detém outro tipo de configuração. A principal característica do então homenageado em sessões solenes é a mesma que o acompanhou nesta fantástica usina filogenética. Não é apenas a vida real, concreta, da duração biológica, que enseja as homenagens, mas estas serão diametralmente proporcionais ao impacto deixado. Contudo, por mais que a ponderabilidade biográfica possa permitir avaliações diferenciadas, jamais determinará a exclusão dos panegíricos. Estes simbolizam a fusão entre criatura e criador, de tal magnitude, que sempre o biográfico perdurará.

Os homenageados desta tarde noite de 10 de julho de 2013, Francisco Thaumaturgo e Manoel Mesquita, adquiriram desde sua inscrição no tempo cronológico, ou não, mas desde sua eleição de ingresso e posse, merecendo ou não, a posteridade interminável, permanente. Ao seguir sua viagem natural, a cultural mais se evidencia e, dependendo de variáveis favoráveis, mais vivos ainda serão que suas próprias biografias. A bibliografia revestirá a outra bio, de um escudo protetor construído pelo cultivo maravilhoso da cultura, quanto ao reconhecimento de qualidades tangíveis, e, principalmente intangíveis adquiridas e desenvolvidas com habilidade e dedicação por esses membros portadores da imortalidade do espírito humano. Mesmo que as biografias, ou bibliografias estudadas, vierem a toldar ou relativizar, reciprocamente, sob a lupa de critérios filosóficos ou estéticos, uma à outra, os premiados portadores de cadeiras jamais as perderão. Ao contrário, além de ser quase impossível, e em matéria de criação imaginária o próprio quase confirma seu oposto, como homenagem permanente, pois o póstumo jamais existirá.

Por ironia, ou incongruente, que aparente, na verdade toda homenagem póstuma anula a próxima homenagem póstuma, por mais que a queiramos repetir no futuro. Passado, presente e futuro permanecem na memória da Academia Acreana de Letras, e cada geração de novos escritores ou leitores garantirá a ininterruptibilidade das linhas verticais e horizontais, das nominatas de patronos, fundadores e sucessores.

Contudo, confirmando a imortalidade especial do acadêmico das artes, e em especial, o da Academia Acreana de Letras, a cada Panegírico que realizamos, mais se consolida a vida. O que poderia ser apenas saudade ou submissão à falta de sentido ou de plausibilidade da existência, passa a ser a garantia de que não apenas o homenageado permanece em sua cadeira, mais vivo que nunca, ao receber na mesma ordem numérica, novo parceiro do imaginário poético que nos faz espécie única, mas não desconectada das demais. Ante, durante, sua efetividade, e depois, terá sempre o homenageado a sua merecida emulação. Na vida, discurso e obra de seu sucessor, em mais uma vaga da poltrona em que vai se transformando cada cadeira solitária da Academia Acreana de Letras.

Mas então, qual a necessidade da realização destes panegíricos? Eles amolecem os corações dos mais rebeldes, coloca mais um manto de consolo e gratidão dos personagens queridos de suas biografias, e provam a todos que a função da Academia não cumpre apenas demandas de vaidade, políticas ou busca de poder. Levam-nos a concluir que o espírito acadêmico pode ser vivido em cada uma de novas vidas, sendo nós mesmos os contos, romances, poemas e grandes clássicos da literatura universal. A arte do amor, da justiça e da verdade são as tintas com as quais cada ser humano escreve seus melhores trabalhos espirituais no humano, e o humano no espiritual.

ACADEMIA ACREANA DE LETRAS

O Presidente da Academia Acreana de Letras

CONVOCA excelentíssimos e excelentíssimas

confrades e confreiras para a Assembleia Geral

Solene: DIA 10.07.2013, LOCAL:

AUDITÓRIO DA ASSEMBLEIA

LEGISLATIVA DO ACRE. HORARIO: 17

HORAS
        
Aclamo a Assembleia com Panegíricos, chamada para 26 de junho, e antes, agora a 10 de julho às 17 horas no Auditório da Assembleia Legislativa, a nossos confrades Francisco Thaumaturgoe Manoel Mesquita que brilham entre brilhos reluzem nas escritas deste sodalício, Participemos vamos somos estribilhos

... qual a necessidade destes panegíricos?
 Eles amolecem os corações dos mais rebeldes,
 colocam mais um manto de consolo e gratidão dos personagens queridos de suas biografias,
 e provam a todos que a função da Academia não cumpre apenas demandas de vaidade, políticas ou busca de poder. 
 Levam-nos a concluir que o espírito
acadêmico pode ser vivido em cada uma de novas vidas, sendo nós mesmos os contos, romances, poemas e grandes clássicos da literatura universal.
A arte do amor, da justiça e da verdade são as tintas com as quais cada ser humano escreve seus melhores trabalhos espirituais no humano, e o humano no espiritual.


Clodomir Monteiro                                
Presidente da AAL 
28.06.2013

31/05/2013

TERMO DE TRANSMISSÃO DE CARGO

ACADEMIA ACREANA DE LETRAS
CASA DE PAULO BENTES
FUNDADA EM 17/11/1937
Reuniões às Quintas-feiras – 15 horas
Funcionando, provisoriamente, no Conselho Estadual de Educação
Rua Manoel Cesário 19 – Bairro da Capoeira
http://www.academiaacreanadeletras@gov.br


Aos seis dias do mês de maio do ano de dois mil e treze, às dezessete horas, eu CLODOMIR MONTEIRO DA SILVA, passo a Presidência da ACADEMIA ACREANA DE LETRAS (AAL), à Excelentíssima 1ª Secretária Robélia Fernandes de Souza, devido meu deslocamento para Porto Alegre e São Sebastião do Caí, Estado do Rio Grande do Sul onde tratarei de assuntos relacionados às comemorações dos Brilhantes 75 anos de Fundação deste Silogeu.

 
Rio Branco, 6 de maio de 2013

CLODOMIR MONTEIRO DA SILVA
Presidente da Academia Acreana de Letras